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FOMOS À CASA DE ENDRICK. E ELE AINDA NEM DORMIU DEPOIS DO TÍTULO:”A MELHOR PARTE É A FESTA

FOMOS À CASA DE ENDRICK. E ELE AINDA NEM DORMIU DEPOIS DO TÍTULO:”A MELHOR PARTE É A FESTA»

7 de dezembro de 2023

07/12/2023

Decisivo com seis gols na reta final, atacante corta cabelo em casa e celebra conquista
Endrick não dormiu e mal comeu em suas primeiras horas como bicampeão do Brasil.

Na varanda de casa, via a mesa posta com pães, queijo, frutas, iogurte, leite, suco, mas sem tocar em nenhum deles. Bocejava de sono, sentindo a navalha no rosto e a máquina nos cabelos, enquanto assistia dezenas de vídeos no celular, como se pudesse reviver na memória as comemorações da madrugada anterior.

A melhor parte do título é a festa.
— contou o atacante, abrindo um sorriso largo.
Usando sandálias verdes e shorts folgados do Palmeiras, não se deixa vencer pelo cansaço. Caminha até o mini freezer da varanda e retira uma lata de energético para recarregar as energias no dia que representa a realização de um sonho.

Era o que eu queria: ser bicampeão brasileiro. Foi uma conquista inexplicável, porque dois brasileiros é algo surreal.
— confessou o atleta, horas após desfilar o troféu pelas ruas ao redor de casa.
Dos corredores do apartamento, saem o irmão Noah, correndo em disparada para os braços do mais velho, e o pai, Douglas, quase em silêncio, com o olhar carinhoso sobre o
filho e o cuidado com os barulhos do mais novo na casa.

– Agora é mais pé no chão ainda. Digo a ele: ganhou, curte e “borrachinha” – explica o pai, em uma referência ao ato de apagar ou segurar a empolgação do momento.
Parecia até uma manhã comum na família Moreira de Sousa, não fossem pequenos detalhes espalhados pela casa, como três desenhos da pequena torcedora Lívia, feitos na noite anterior e agora pendurados na parede da sala. Um escudo do Palmeiras, um porco e a imagem do ídolo com a legenda: “Endrick, obrigada por tudo”.
Aos 17 anos, alçado ao time titular para as 12 rodadas finais do campeonato, o atacante marcou seis gols e tornou-se decisivo pela arrancada do Verdão até o título brasileiro.

– Meus amigos e meu pai dizem que eu gosto de aparecer em horas decisivas e pude ajudar a equipe, que era isso que eu queria.
E se havia dúvidas sobre a capacidade decisiva do atacante, caiu-se por terra após o dia 1º de novembro de 2023, quando conduziu o Palmeiras na virada histórica sobre o Botafogo, com dois gols na vitória por 4 a 3. Estava leve em campo e assumiu a responsabilidade com a cena marcante de incentivo ao time, dizendo – ou mesmo gritando – “toca a bola em mim”.

– Foi um pico alto de emoção e de vontade de ganhar, falar aquilo para mim foi um pouco pesado porque parece que só eu queria jogar – disse Endrick, com um sorriso desconcertado e olhando ao redor como se buscasse na mente as melhores palavras.

– Eu estava muito à vontade, queria ajudar, mas creio que o Endrick mais velho vai dar uma castigada no mais novo. Pessoal fala que esse jogo mudou minha percepção de jogador, mas creio que minha retomada foi contra o Santos, foi o jogo que me deu confiança e pensei que poderia ajudar a conquistar o título.
Abraçado ao irmão mais novo, que sustenta na ponta do nariz os óculos juliette usados na comemoração, Endrick confessa que sempre teve esperanças. Mais que isso: ainda não está satisfeito.

Restando cerca de seis meses até se transferir ao Real Madrid, na Espanha, o jovem atacante ainda sonha com as taças que terá para disputar: Campeonato Paulista e a Supercopa do Brasil.

Para mim, não fiz por merecer (estar entre os grandes craques). Creio que tenho que ganhar esses dois títulos para fazer por merecer e saber que dei tudo de mim.

Por: https://ge.globo.com/

 

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Publicado por Correio do Maranhão