Estudo foi realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (PENSSAN)
14/09/2022
Dados divulgados no 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, organizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (PENSSAN), registram que o Maranhão é o sexto estado com o maior percentual de pessoas vivendo em situação de insegurança alimentar em todo o país.
A avaliação do acesso pleno à alimentação, na pesquisa, considera três tópicos: insegurança leve, relacionada à incerteza quanto ao acesso à alimentação em curto prazo, com possibilidade de comprometimento na realização de refeições; insegurança moderada, cujos alimentos são considerados de baixa qualidade, em proporção incompatível ao número de familiares, e grave, quando ninguém acessa alimentos em quantidade suficiente e passa fome.
No estado, a taxa de maranhenses que não têm acesso a alimentos em número suficiente chega a 29,9%. Proporcionalmente, o Maranhão ocupa o sexto lugar entre os estados em que há maior número de pessoas passando fome, no país, atrás dos estados de Sergipe (30%), Pará (30%), Amapá (32%), Piauí (34,3%) e Alagoas (36,7%). Em todo o Brasil, 33,1 milhões de pessoas se encontram em situação de fome, de acordo com a pesquisa.
Os números, coletados entre os meses de novembro de 2021 a abril de 2022, foram registrados a partir da realização de entrevistas em 12.745 domicílios, em áreas urbanas e rurais de 577 municípios, distribuídos nos 26 estados e no Distrito Federal. A pesquisa considerou a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (Ebia) para avaliar o cenário, nacionalmente. O padrão segue o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que também o utiliza.
O Inquérito Nacional qualifica cerca de 63,3% dos lares maranhenses em situação de insegurança alimentar. Em 2020, o IBGE, na Pesquisa de Orçamentos Familiares Contínua (POF), já havia apontado o Maranhão como o estado com maior percentual de domicílios em situação de insegurança alimentar do Brasil, com cerca de 62,2% das residências nesta categoria.
O estudo aponta causas relacionadas à situação de vulnerabilidade da população, no estado, com 80% das famílias vivendo com menos de um salário-mínimo, como renda familiar per capta, mensalmente.
A situação se agrava em contraste ao percentual de inflação dos alimentos, crescente desde o período mais crítico da pandemia da Covid-19. Segundo o IBGE, até o mês de julho deste ano, a inflação, no acumulado, chegou a 11,8%. Desde o início da pandemia, contudo, a inflação acumulada da alimentação, em domicílios, chega a 43%.
Por: https://g1.globo.com/