O governo chinês ordenou aos cidadãos que espionem os vizinhos cristãos e relatem quaisquer “atividades religiosas ilegais”, inclusive pregação e reuniões em templos religiosos. Implantada inicialmente no nordeste do país, a medida oferece recompensas de 150 dólares para cada denúncia. As autoridades aceitam qualquer informação, por telefone, e-mail ou carta sobre pessoal religioso não qualificado, atividades transregionais não autorizadas, pregação e distribuição de literatura religiosa impressa, produtos audiovisuais fora dos locais de culto, doações não autorizadas ou reuniões privadas em casa. Segundo o documento liberado pelo governo, o objetivo é fazer com que os vizinhos ajudem a “fortalecer o controle das atividades religiosas ilegais no distrito, prevenir qualquer contágio por COVID-19 resultante de reuniões religiosas, mobilizar o público para se engajar na prevenção, repressão de atividades religiosas ilegais, e garantir um ambiente harmonioso e estável para a paisagem religiosa”.
A Missão Portas Abertas dos EUA, que monitora a perseguição em mais de 60 países, estima que haja cerca de 97 milhões de cristãos na China, uma grande porcentagem dos quais cultuam no que a China considera ser “igrejas ilegais” e igrejas domésticas que são descritas oficialmente como clandestinas por não serem registradas pelo governo. Na Lista Mundial de Perseguição, a China surge como o 17° país mais hostil ao Cristianismo.
Por: Marcella Bastos