Pesquisadores brasileiros desenvolveram nova técnica que permite identificar substância com potencial cancerígeno na água. Mais especificamente, a tecnologia verifica a presença e a concentração da N-nitrosodimetilamina (NDMA). O novo método foi elaborado pelos cientistas do Laboratório de Química Ambiental do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (LQA-IQ-Unicamp).
A NDMA é uma das nitrosaminas conhecidas por aumentar o risco de câncer. No entanto, os efeitos nocivos são desencadeados por grandes quantidades consumidas e pelo tempo de exposição. Além disso, podem afetar tanto humanos quanto animais na natureza.
O que é NDMA e qual é sua ligação com o aparecimento de tumores?
Como a NDMA, as nitrosaminas são compostos comumente encontrados na água, em alimentos defumados e grelhados, laticínios e vegetais. Este composto é altamente tóxico, especialmente para o fígado, e é reconhecido como carcinogênico por estudos realizados em animais. Já para humanos, a substância foi classificada pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer como provável carcinogênica.
Até o momento, pesquisadores sabem que a exposição a essas substâncias dentro de limites considerados seguros representa baixo risco à saúde. No entanto, em grandes concentrações e por longos períodos, há o aumento o risco da ocorrência de um câncer. Desde então, órgãos governamentais de vários países buscam definir metas aceitáveis para nitrosaminas na água tratada, quando destinada ao consumo humano.
No Brasil, a portaria emitida pelo Ministério da Saúde brasileiro determina que, no caso da NDMA, o valor máximo permitido na água é de 100 ng L-1 (ou 0,0001 mg/L). No entanto, outros países têm padrões mais rígidos, como o Canadá. Para os canadenses, é somente permitida a concentração de 40 ng L-1.